O Presidente da Câmara Municipal da Horta defendeu, esta quinta-feira, que se promova a criação de uma licenciatura na área das Ciências do Mar no Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores(DOP). "A cidade da Horta é já uma referência na área da investigação marinha, graças ao trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelo DOP, razão pela qual acredita-mos fazer todo o sentido que, numa perspetiva de cimentar a tripolaridade da Universidade dos Açores, e tirando partido das características desta ilha, faz todo o sentido que aqui se promova uma licenciatura nas Ciências do Mar, numa perspetiva, também do surgimento de novas profissões nesta área", declarou o edil.

José Leonardo Silva falava na primeira sessão do Projeto Municipal "Mare Nostrum" que decorreu no Banco de Artistas. Para o autarca este "é o ponto de partida para a criação de um pensamento comum, em torno da política municipal para o Mar não só porque acreditamos que, qualquer intervenção nesta área, deverá necessariamente envolver agentes públicos e privados, mas sobretudo porque deverá nascer, em conjunto, uma reflexão em torno das preocupações e objetivos para uma área, de si tão vasta, mas com um potencial enorme, ainda por descobrir".

"No caso dos Açores, o mar não é apenas um recurso, ao favorecer uma plataforma de comunica-ção, por excelência, para o desenvolvimento das relações transatlânticas, que urge potenciar, a par das suas mais-valias económicas e de investigação científica", afirmou o Presidente da Câmara para quem, neste particular, "o Município da Horta tem dado um importante contributo, do ponto de vista da promoção da história e da Cultura, enquanto valor turístico e económico acrescido para a Região e para a ilha do Faial".

Para o autarca o "Mare Nostrum", enquanto espaço de promoção, partilha e reflexão, trará também mais uma via aberta para o reforço e aprofundamento do conceito que atribuímos à "Horta Cidade-Mar", e ao pensamento que projetamos quando nos referimos a ela nestes termos.

"Os faialenses têm demonstrado claramente que desejam uma cidade revitalizada razão pela qual temos trabalhado, de forma empenhada, no projeto de requalificação da frente mar. Todavia, à obra física será necessário adicionar um novo desafio, o desafio de uma cidade que se pretende desen-volver tendo por base a economia do mar e a valorização do setor primário", afirmou.

Nesta medida, uma Cidade-Mar não deverá ser apenas uma cidade que promove e vende o Turismo Náutico.

"É por isso que a Cidade-Mar dos Açores deve ter como uma das suas preocupações a de projetar um pensamento estratégico em relação ao futuro, como hoje estamos a evidenciar, onde se avalie, partilhe e divulgue, novas áreas de intervenção pública e sobretudo privada, que deve ser explorada e dinamizada, e nas quais se incluem uma visão ao nível dos transportes, da pesca, dos recursos da pesca e da indústria de pescado, da energia e da biotecnologia, assim como da investigação, do ensino e da formação, serviços de apoio e complementares, como a reparação naval, as preocupações pelo ambiente e pela preservação ambiental".

Por último, o Presidente da Câmara defendeu que deve ser em espaços de reflexão como este que devemos reforçar a reflexão sobre o próprio modelo de transporte marítimo de mercadorias, onde não ficou inclusive demonstrado que a criação de plataformas logísticas nas ilhas de São Miguel e da Terceira, pudesse na verdade trazer mais-valias para a maioria os empresários, em especial os do Triângulo.

Todas estas questões demonstram-nos que temos que estar atentos e sentir que as nossas preocupações, que as nossas ideias, que as nossas propostas e a nossa participação são importantes para o desenvolvimento da nossa ilha e da nossa Região.